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Contagem Regressiva Para a JMJ Rio 2013!!!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Para Não Tornar Inútil o Jejum!!!



Um artigo do Arquimandrita. Manuel Nin, Reitor do Pontifício Colégio Grego de Roma, e sacerdote católico de rito bizantino, sobre o jejum e a Quaresma, nos chega do Oblatvs, via Sinaxe, o blog sobre ritos orientais do Philippe Gebara, que em breve embarcará para o Líbano, onde será recebido como aluno do Seminário Patriarcal Melquita.

“Jejuando de alimentos, ó minha alma, sem que te purifiques das paixões, em vão te alegras pela abstinência, porque se esta não se torna para ti ocasião de correção, como mentirosa, tendes ódio a Deus e te tornas semelhante aos pérfidos demônios que jamais se alimentam. Não tornais, pois, inútil o jejum, pecando, mas permanecei firme sob os impulsos desregrados, considerando que estás junto do Salvador crucificado, ou melhor, estás crucificada junto d’Aquele que por ti foi crucificado, gritando-lhe: recorda de mim, Senhor, quando vieres no teu reino”. Este tropário da terceira semana da pré-quaresma na tradição bizantina resume de modo incisivo o que é o período quaresmal de cada uma das tradições cristãs: o jejum e a abstinência são vãos se não correspondem a uma verdadeira conversão do coração.

Na tradição bizantina, o período de dez semanas que precede a Páscoa é chamado “Triodion” – nome que indica as três odes bíblicas cantadas no ofício da manhã – e compreende a pré-quaresma e a quaresma. O período pré-quaresmal é comum a todas as tradições litúrgicas cristãs, do “Triodion” bizantino, ao “Jejum dos ninivitas” siríaco, ao “Jejum de Jonas” dos coptas, à “Septuagésima” na antiga tradição latina. A quaresma bizantina propriamente dita compreende quarenta dias – da segunda-feira da primeira semana à sexta-feira antes do Domingo de Ramos – e desenvolve as semanas de segunda-feira a domingo, apresentando o caminho semanal em direção ao domingo, como modelo da própria quaresma em direção à Páscoa. Faz ainda uma clara distinção entre o sábado e o domingo e os outros dias: nos primeiros se celebra a Divina Liturgia (aos domingos com a Anáfora de São Basílio, aos sábados com a de São João Crisóstomo), enquanto nos dias de semana celebra somente o ofício das horas, com o acréscimo durante as vésperas de quarta-feira e sexta-feira da Liturgia dos Pré-santificados, isto é a comunhão com o Corpo e o Sangue do Senhor consagrados no domingo precedente.

A quaresma bizantina é um período muito rico na escolha dos textos bíblicos: salmos, leituras; na hinografia e nas leituras dos padres. Os textos hinográficos se concentram sobretudo no tema da alma humana, dominada pelo pecado, que encontra, por meio da quaresma, a possibilidade de salvação. Nos quatro domingos da pré-quaresma encontramos os grandes temas que marcam o percurso quaresmal: a humildade (domingo do publicano e do fariseu); o retorno a Deus misericordioso (domingo do filho pródigo); o juízo final (domingo de carnaval), o perdão (domingo dos laticínios). Neste último domingo, comemora-se a expulsão de Adão do paraíso: Adão, criado por Deus para viver em comunhão com Ele no paraíso, é dele expulso por causa do pecado, mas na quaresma começa o caminho de retorno que culminará quando o próprio Cristo, no mistério pascal, desce aos infernos e lhe dá sua mão para arrancá-lo da morte e reconduzi-lo ao paraíso, que é quase personificado na oração da Igreja. No final da véspera do quarto domingo se celebra o rito de perdão com o qual se inicia a quaresma.

A quaresma dura quarenta dias, com cinco domingos. Em cada um deles vemos um duplo aspecto: de uma parte as leituras bíblicas que preparam para o batismo, de outra os aspectos históricos ou hagiográficos. No domingo da ortodoxia, a vocação de Felipe e Natanael é modelo da vocação de todo ser humano e se celebra o triunfo da ortodoxia sobre o iconoclasmo e o restabelecimento da veneração dos ícones. No domingo de São Gregório Palamas se recorda a fé do paralítico curado por Cristo [Nota minha: e se veneram as relíquias dos santos]. O domingo da exaltação da santa Cruz é dedicado à veneração da Cruz vitoriosa de Cristo, levada solenemente ao centro da Igreja e venerada pelos fiéis durante toda a semana como sinal de vitória e de alegria, não de sofrimento. No domingo de São João Clímaco, modelo de ascese, celebra-se a cura do endemoninhado, e no de Santa Maria Egípcia, modelo de arrependimento, o anúncio da ressurreição. No sábado da quinta semana se canta o hino “Akathistos”, ofício dedicado à Mãe de Deus.

A sexta e última semana da quaresma, chamada de Ramos, tem como centro a figura de Lázaro, o amigo do Senhor, desde o momento da doença até a morte e à sua ressurreição. Os textos litúrgicos nos aproximam daquilo que se manifestará plenamente nos dias da Semana Santa, isto é, a filantropia de Deus manifestada em Cristo, o seu amor real e concreto pelo homem. Toda a semana se enquadra na contemplação do encontro, já próximo, entre Jesus e a morte, a do amigo em primeiro lugar, e sua própria na semana seguinte. Os textos litúrgicos visam a nos envolver neste caminho de Jesus em direção a Betânia, em direção a Jerusalém. Na liturgia bizantina jamais somos expectadores, mas sempre participantes e concelebrantes, presentes na liturgia e no evento de salvação que a liturgia celebra. Com as vésperas do sábado de Lázaro se conclui o período quaresmal.

Ao longo de toda a quaresma, a tradição bizantina recita, ao final de todas as horas do ofício, a oração atribuída a Santo Efrém, o Sírio, que resume o caminho de conversão de todo cristão: “Senhor e soberano de minha vida, que não me dês [ou em outra tradução "afaste de mim..."] um espírito de preguiça, de indolência, de soberba, de vanglória. Dá-me, a mim teu servidor, um espírito de sabedoria, de humildade, de paciência e de amor. Sim, Senhor e rei, dá-me enxergar os meus pecados e não condenar o meu irmão, a fim de que sejas bendito pelos séculos”.

Por que o IV Domingo da Quaresma é o Domingo "Lætare"?


Cada Santa Missa é Identificada, Com Precisão, de Acordo Com a Posição Que Ocupa no Calendário Litúrgico. Assim, ao assistirmos ao sacrifício, sabemos que aquela Liturgia é, por exemplo, a da Quinta-feira da 27ª Semana do Tempo Comum; ou então, a do Primeiro Domingo da Quaresma; ou a da Solenidade de Pentecostes; e assim por diante.

Algumas Missas, além de trazerem esta identificação, receberam da tradição um nome adicional que poderíamos até entender como um “apelido”. Não são muitas.

Por exemplo: dá-se o nome de Requiem à Missa celebrada em memória dos fiéis defuntos. Inúmeros compositores, ao longo dos séculos, colocaram em música o Próprio desta Missa, e é suficiente escrever na capa da partitura: Requiem; todos já sabem do que se trata.

E esse “apelido” foi dado porque Requiem é a primeira palavra do Introito. Ao se abrir um Missal latino, dá-se de cara, imediatamente, com essa palavra. Muito lógico, então:Missa de Requiem.




Dois outros casos muito conhecidos ocorrem um no Advento e o outro na Quaresma. Estes dois tempos litúrgicos são penitenciais, cada um com suas peculiaridades. Entretanto, o penúltimo Domingo de cada um destes tempos é um pouco menos penitencial, com certos aspectos que nos vêm lembrar que a alegria está chegando (o Natal, num caso, e a Páscoa da Ressurreição, no outro).

Portanto, dos quatro Domingos do Advento, o terceiro é esse Domingo de certa alegria: chama-se Domingo Gaudete – porque gaudete é a primeira palavra do Introito.




Dos Cinco Domingos da Quaresma, o Quarto é Que Antecipa Um Pouco o Júbilo: chama-se Domingo Lætare – porque seu Introito começa com a palavra lætare.

O texto é conforme Is 66, 10-11: alegrai-vos, Jerusalém, reuni-vos, todos que a amais; regozijai-vos com alegria, vós que estivestes na tristeza; exultai e sereis saciados com a consolação que flui de seu seio.

Em latim: lætare, Ierusalem, et conventum facite omnes qui diligites eam; gaudete cum lætitia, qui in tristitia fuistis; ut exsultetis, et satiemini ab uberibus consolationis vestræ.

Abaixo, a partitura do Introito. Duas opções para ouvi-lo: no vídeo colocado depois da partitura ou neste conhecido site, em que o leitor poderá ouvir os monges do Mosteiro de São Bento de São Paulo cantando não só o Introito, mas todo o Próprio do Quarto Domingo da Quaresma.

Igreja Católica de Santo André (FSSP) – Edinburgo, Escócia

sábado, 10 de março de 2012

Jejum e Abstinência!!!


Jejum e Abstinência!!!

Estão obrigados á lei da abstinência aqueles que tiverem completada 14 anos de idade;  estão obrigadas à lei do jejum todas os maiores de idade (quem completou 18 anos) até os 60 anos começados. Todavia, os pastares de almas e pais cuidem para que sejam formadas para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados à lei do jejum em razão da pouca idade (cân. 1252).
1. Toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Os fiéis nesse dia se abstenham de carne ou outro alimento, ou pratiquem alguma obra de caridade, principalmente exercício de piedade;
2. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra prática de penitência ou piedade, particularmente pela participação nas Sagradas Liturgia(Legislação complementar da CNBB quar e 1253).

Tempo da Quaresma!!!


249. A observância anual da Quaresma é tempo favorável pelo qual se sobe ao monte santo da Páscoa. Pela
sua dupla característica, o tempo quaresmal prepara os catecúmenos e os fiéis para a celebração do mistério
pascal.
Os catecúmenos, pela eleição e escrutínios e também pela catequese, são conduzidos aos sacramentos
da iniciação cristã; os fiéis, ouvindo de forma mais intensiva a Palavra de Deus e aplicando-se mais à oração,
preparam-se, pela penitência, para renovar as promessas do batismo.
250. O Bispo tenha, portanto, a peito fomentar a preparação dos catecúmenos.
251. Através da catequese, inculque-se no espírito dos fiéis, juntamente com as conseqüências sociais do
pecado, aquela natureza genuína da penitência que leva a detestar o pecado como ofensa a Deus. Não se
ponha de parte o papel da Igreja na ação penitencial e insista-se na oração pelos pecadores. A penitência
quaresmal não há de ser meramente interna e individual, mas também externa e social, orientada para as
obras de misericórdia da favor dos irmãos.
Aos fiéis recomende-se participação mais intensa e frutuosa na liturgia quaresmal e nas celebrações
penitenciais. Exortem-se principalmente a que, de acordo com a lei e tradições da Igreja, se aproximem-se
neste tempo do sacramento da Penitência, para, purificados poderem participar das alegrias do domingo da
Ressurreição. Muito convém que, no tempo da Quaresma, o sacramento da Penitência seja celebrado de
forma mais solene, como vem descrito no Ritual Romano.
252. Durante este tempo, é proibido ornar o altar com flores, e o toque dos instrumentos musicais só é
permitido para sustentar o canto.
Excetuam-se o domingo Laetare (IV da Quaresma), bem como as solenidades e festas. No domingo
Laetare, pode-se usar o cor-de-rosa.


Celebrações Quaresmais

260. Todos os aspectos da observância quaresmal procuram igualmente pôr em destaque e fomentar a vida
da igreja local. Por isso, é muito de recomendar também se conserve e fomente aquela forma tradicional de
reunir a Igreja local à maneira das “estações” romanas, pelo menos nas grandes cidades, da forma mais
adequada a cada lugar. Estas assembléias de fiéis poderão reunir-se, mormente quando presididas pelo Pastor da diocese, aos domingos ou noutros dias mais convenientes da semana, quer junto dos túmulos dos Santos, quer nas principais igrejas ou santuários da cidade, quer ainda em lugares de peregrinação mais frequentados na Diocese.
261. Se, conforme as circunstâncias de tempo e lugar, houver procissão antes da Missa celebrada em tais
assembléias de povo, far-se-á a concentração ou “coleta” numa igreja menor ou noutro lugar apropriado fora da igreja para a qual se dirige a procissão.
No lugar mais conveniente, o Bispo veste os paramentos de cor roxa, requeridos pela Missa. Em vez
de casula, pode revestir o pluvial, que tira, acabada a procissão. Recebe a mitra simples e o báculo, e, com os Ministros e, se for o caso, com os concelebrantes paramentados para Missa, dirige-se ao local da “coleta”enquanto se executa um canto apropriado.
Terminado o canto, o Bispo depõe o báculo e a mitra e saúda o povo. Depois de breve monição feita
por ele próprio ou por um dos concelebrantes ou pelo diácono, recita, de mãos estendidas, a coleta do
mistério da Santa Cruz, pela remissão dos pecados, ou pela Igreja, especialmente local, ou ainda uma das
35 orações pelo povo das que vêm no Missal. A seguir, o Bispo retoma a mitra, deita, se assim convier, incenso no turíbulo e, à voz do diácono: Vamos em paz, organiza-se a procissão em direção à igreja, enquanto se canta a Ladainha dos Santos. Na altura própria, podem inserir-se invocações do Santo Padroeiro ou Fundador e dos Santos da Igreja local. Quando a procissão chegar à igreja, todos tomam os lugares que lhes estão destinados. Ao chegar ao altar o Bispo depõe o báculo e a mitra, e venera e incensa o altar. Dirige-se depois para a cátedra, onde tira o pluvial, se o levou na procissão, e reveste a casula.
Omitidos os ritos inicias e eventualmente o Senhor reza a coleta da Missa.
A Missa continua depois como de costume.
Se o julgar mais conveniente, o Bispo pode tirar o pluvial e revestir a casula quando chegar ao altar,
antes da costumada reverência.
262. Nestas assembléias, em vez da Missa, pode-se fazer uma celebração da Palavra de Deus, ou então uma celebração penitencial, na forma indicada no Ritual Romano para o tempo da Quaresma (cf. adiante, nn. 640-643).

(Conforme o Cerimonial dos Bispos)