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Contagem Regressiva Para a JMJ Rio 2013!!!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Que é um Altar?



Altar, do Latim altare ou ara (lat. class.), plataforma semelhante a uma mesa constituída por uma rocha, elevação ou outra estrutura que possibilite ao Bispo, Sacerdote ou Diácono, Sacrificar à divindade, ou divindades, na Igreja ou local Sagrado.
Na Celebração, por exemplo, é a mesa onde se celebra a Missa. Para o Catolicismo, o altar disposto nas igrejas e capelas é objeto consagrado e representa a Rocha sobre a qual Jesus Cristo o Cordeiro de Deus foi imolado e sacrificado na cruz pela redenção da humanidade.
Numa Igreja Católica, o Altar-Mor é o altar principal, geralmente mais adornado, disposto em frente à entrada principal. Depois do Concílio Vaticano II os novos altares são antropocêntricos, mas os tradicionais altares, com quase 2.000 anos de tradição, são teocêntricos
Veja o Que o Catecismo da Igreja Católica Define "O Que é um Altar:"
A.27 ALTAR

A.27.1 Altar do céu

§ 1383O altar, em tomo do qual a Igreja está reunida na celebração da Eucaristia, representa os dois aspectos de um mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais porque o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembléia de seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida por nossa reconciliação e como alimento celeste que se dá a nós. "Com efeito, que é o altar de Cristo senão a imagem do Corpo de Cristo?" - diz Santo Ambrósio; e alhures: "O altar representa o Corpo [de Cristo], e o Corpo de Cristo está sobre o altar". A liturgia exprime esta unidade do sacrifício e da comunhão em muitas orações. Assim, a Igreja de Roma ora em sua anáfora:
Nós vos suplicamos que ela seja levada à vossa presença, para que, ao participarmos deste altar, recebendo o Corpo e o Sangue de vosso Filho, sejamos repletos de todas as graças e bênçãos do céu.
§ 1589Diante da grandeza da graça e da missão sacerdotais, os santos doutores sentiram o urgente apelo à conversão, a fim de corresponder através de toda a sua vida Aquele de quem são constituídos ministros pelo sacramento. Neste sentido, São Gregório Nazianzeno, ainda jovem sacerdote, não pôde deixar de exclamar:
É preciso começar a purificar-se antes de purificar os outros, é preciso ser instruído para poder instruir, é preciso tomar-se luz para iluminar, aproximar-se de Deus para aproximar dele os outros, ser santificado para santificar, conduzir pela mão e aconselhar com perspicácia. Sei muito bem de quem somos ministros, em que nível nos encontramos e quem é aquele para o nos dirigimos. Conheço a sublimidade de Deus e a fraqueza homem, mas também sua força. [Quem é, pois, o sacerdote ?] É o defensor da verdade, eleva-se com os anjos, glorifica os com arcanjos, leva ao altar celeste as vítimas do sacrifício, partilha do sacerdócio de Cristo, remodela a criatura, restabelecendo (nela) a imagem (de Deus), recria-a para o mundo do alto e, para dizer o que há de mais sublime, é divinizado e diviniza.
E o Santo Cura d’Ars: "E o sacerdote que continua a obra de redenção na terra"... "Se soubéssemos o que é o sacerdote terra, morreríamos não de espanto, mas de amor"... "O sacerdócio é o amor do coração de Jesus".

domingo, 29 de janeiro de 2012

O Que é o Presbitério da Igreja?


presbitério é o espaço que num Igreja ou Catedral Católicas, precede o Altar-Mor. Estava, até ao Concílio Vaticano II, reservado ao clero e pode ficar separado da nave central por grades, escadas ou varandim ou um pouco elevado por escadas. Costuma ser o lugar destinado aos Sacerdotes.
É no presbitério que acontece a função litúrgica. É no presbitério que se encontram as peças principais e os objetos litúrgicos. O presbitério é o lugar onde costuma ficar aquele que preside a celebração. É lá também 
que ficam, na maioria das vezes, a mesa da eucaristia e a mesa da Palavra. O presbitério deve ficar num plano mais elevado quando a assembléia for numerosa para facilitar a visibilidade e a acústica. Mas não excessivamente elevado para não parecer distante do povo. Ao contrário, deve dar idéia de estar inserido na assembléia. Em pequenas capelas este desnível é até desnecessário. E conforme a arquitetura, pode estar num nível abaixo da assembléia.
O presbitério deve ter uma dimensão tal que os ritos possam ser realizados comodamente. Devem caber os móveis necessários e ter espaço para a mobilidade do presidente, dos ministros e de todos aqueles que terão que estar no local. 
As peças essenciais no presbitério são a mesa da eucaristia, a mesa da Palavra e a cadeira da presidência. Pode haver uma ou duas credências, castiçais, a cruz processional, o círio pascal e uma estante móvel para os comentários e avisos. Mais nada. Não devemos carregar o local com muita coisa, muitos arranjos e imagens, se não corremos o risco de esconder o principal e desvalorizar a liturgia. Além de desviar a atenção e a participação do fiel.


sábado, 21 de janeiro de 2012

O uso da Mitra e do Báculo!!!



Sábado, 21 de janeirop de 2012 - Hoje Trazemos Este Prático Sobre o Uso do Báculo e da Mitra na Missa Pontifical (ML)”

O uso da Mitra:
A mitra, que será uma só na mesma ação litúrgica, simples ou ornamentada de acordo com a celebração, é habitualmente usada pelo Bispo:
1. Quando está sentado;
2. Quando faz a homilia;
3. Quando faz as sauda­ções,
4. As alocuções e os avisos, a não ser que logo a seguir tenha de tirar a mitra; quando abençoa solenemente o povo; quando executa gestos sacramentais; quando vai às procissões.

O Bispo não usa a mitra:

1. Nas preces introdutórias
2. Nas orações; na Oração Universal
3. Na Oração Eucarística
4. Durante a leitura do Evange­lho
5. Nos hinos, quando estes são cantados de pé
6. Nas procissões em que se leva o Santíssimo Sacramento ou as relíquias da Santa Cruz do Senhor; diante do Santíssimo Sacramento exposto.

O Bispo pode prescindir da mitra e do báculo quando se desloca dum lugar para outro, se o espaço entre os dois for pequeno. Quanto ao uso da mitra na administração dos sacramentos e dos sacramentais, observe-se, além disso, o que adiante vai indicado nos res­pectivos lugares.
(Cerimonial dos bispos, 60)

"O Bispo, ao chegar junto do altar, entrega o báculo ao ministro, depõe a mitra, e faz inclinação profunda ao altar, ao mesmo tempo que os diáconos e os outros ministros que o acompanham.Depois, sobe ao altar e beija-o, juntamente com os diáconos." (Cerimonial dos bispos, 131)

O uso do Báculo:

O Bispo usa o báculo, como sinal do seu múnus pastoral. Aliás, qualquer. Bispo que celebre solenemente o pode usar, com o consentimento do Bispo do lugar. Quando estiverem vários Bispos presentes na mesma celebração, só o Bispo que preside usa o báculo.

Com a parte recurvada voltada para o povo, ou seja, para frente, o Bispo usa habitualmente o báculo na procissão, para ouvir a leitura do Evangelho e fazer a homilia, para receber os votos, as promessas ou a profissão de fé; e finalmente para abençoar as pessoas, salvo se tiver de fazer a imposição das mãos. (Cerimonial dos bispos, 59)




Música Litúrgica: O Canto na Missa Segundo as Normas do Rito Romano - Teoria e prática!!!


Sábado, 21 de janeiro de 2012 - Publicamos hoje um texto do doutor Rafael Vitola, sobre o canto na Missa, segundo as normas do Rito Romano.
Confiram e comentem!

O canto na Missa segundo as normas do rito romano - Teoria e prática

Rafael Vitola Brodbeck
“a) Entende-se por Música Sacra aquela que, criada para o culto divino, possui as qualidades de santidade e de perfeição de forma.
b) Com o nome de Música Sacra designam-se aqui: o canto gregoriano, a polifonia sagrada antiga e moderna nos seus vários géneros, a música sagrada para órgão e outros instrumentos admitidos e o canto popular, litúrgico e religioso.”[1]

Na tradição litúrgica do rito romano, a Missa pode ser rezada ou cantada.
Pelas normas antigas, vigentes hoje extraordinariamente para quem celebra a Missa no rito romano tradicional, a Missa rezada não poderia ter parte alguma cantada, embora pudesse ser acompanhada de cantos em alguns momentos. E a Missa cantada, em sentido amplo, chamada de Missa alta, poderia ser a Missa cantata (Missa cantada, em sentido estrito) e a Missa sollemnis.
Com a reforma litúrgica, as disposições se tornaram mais flexíveis. Continua a existir a Missa cantada e também a Missa solene. Todavia, esta última, solene, não é mais obrigatoriamente cantada, podendo ser rezada. E também a Missa rezada pode ter não apenas cantos, como igualmente trechos do Ordinário ou do Próprio cantados.
Na prática, então, o que é a Missa cantada e a Missa rezada?
A Missa cantada é aquela em que todas as partes audíveis do Ordinário e do Próprio são cantadas. Do primeiro sinal-da-cruz até a o “Ide em paz”, tudo é cantado pelo sacerdote e pelo povo.
Todavia, há quatro exceções. É possível que, ainda que seja Missa cantada, a parte da Oração Eucarística que vai desde após o “Santo, santo, santo” até, exclusive, a Doxologia, seja rezada. Isso porque, pela tradição litúrgica ocidental, o Cânon era recitado em vox secreta, e, pois, embora a atual IGMR mande que se a diga em vox clara, pode-se manter o costume de não cantar para preservar a sobriedade do momento e, de certa forma, perpetuar o tom mais silencioso que sempre marcou a Consagração no rito romano. Além disso, as partituras para a Oração Eucarística são de recente criação. A outra exceção é quanto ao Confiteor, que, se for usado, não é ordinariamente cantado[2], dado que não há partitura para ele no Missal, e, mesmo na tradição anterior, como constava das chamadas “Orações ao Pé do Altar”, era rezado, não cantado, pelo sacerdote e o acólito. Uma terceira é a possibilidade de fazer a monição da Oração Universal, suas preces e sua conclusão de modo rezado, com apenas o responsório cantado. Enfim, as leituras podem ser ditas, mormente se forem feitas em vernáculo. Missa cantada, então, é aquela toda cantada em suas partes audíveis, ou a que é toda cantada menos essas partes da Oração Eucarística, do Confiteor e as leituras.
A definição de Missa rezada encontramos por ser o antônimo de cantada. Toda Missa que não é cantada, é rezada. Ou seja, a Missa rezada é a Missa baixa, a Missa em que o sacerdote não canta o Ordinário e o Próprio, ou que canta somente algumas partes deles. A Missa exclusivamente rezada e a Missa com partes cantadas e partes rezadas são, pois, Missas rezadas. Essa Missa rezada, além de poder ter partes cantadas, pode ser acompanhada de cantos nos momentos oportunos.
Assim, o seguinte esquema poderia ser apresentado para melhor compreensão da matéria:

1. Missa cantada:
2. Missa rezada:
a) Missa em que todas as partes audíveis do Próprio e do Ordinário são cantadas;
b) Missa em que todas as partes audíveis do Próprio e do Ordinário são cantadas, exceto o trecho mais importante da Oração Eucarística e/ou o Confiteor, e/ou trechos da Oração Universal, e/ou as leituras.
a) Missa exclusivamente rezada;
b) Missa exclusivamente rezada, mas acompanhada de cantos;
c) Missa com trechos rezados e outros trechos cantados, acompanhada ou não de cantos.
Tabela 1 - Distinção entre Missa cantada e Missa rezada

Canto gregoriano

O canto gregoriano é sempre em latim. Podem-se fazer traduções do latim para o vernáculo, mantendo as mesmas melodias, mas aí já não será gregoriano, e sim uma música inspirada no mesmo.
Geralmente, essas melodias vernaculares são as oficialmente dispostas nos Missais das línguas vulgares. No Brasil, temos essas melodias como apêndice no Missal Romano em português, a partir daquelas preparadas, nos anos 70, quando da tradução do Missale Romanum ao idioma de Camões, pelos padres Fr. Alberto Beckhäuser, OFM, e Fr. José Luiz Prim, OFM.
Além do canto gregoriano, pode-se ter na Missa e demais ações litúrgicas o canto polifônico (polifonia sacra) e, segundo as normas, canto sacro popular. O canto gregoriano é vocal ou acompanhado de órgão ou harmônio. Já a polifonia e o canto popular podem ser acompanhados de órgão ou harmônio, mas, com autorização do Ordinário, pode-se usar outro instrumento, desde que sóbrio e adequado ao senso litúrgico.
“Os instrumentos musicais disponíveis em cada região podem ser admitidos no culto divino a juízo e com o consentimento do Bispo Diocesano contanto que sejam adequados ao uso litúrgico ou possam a ele se adaptar, condigam com a dignidade do templo e favoreçam realmente a edificação dos fiéis.”[3]

Implicações práticas
As regras para o uso do canto na Missa variam conforme o seu tipo – rezada ou cantada. Tais regras têm origem quer nas rubricas do rito, quer na análise do Missal e suas partituras, quer nas instruções do Gradual, quer ainda na própria natureza das coisas e, principalmente, nos costumes da liturgia romana.
Antes de tudo, é bom lembrar que existem diferenças entre cantar na Missa e cantar a Missa. Cantar na Missa é executar uma peça durante um momento adequado, e cantar a Missa é rezar, em forma de música, o exato texto que consta do Missal. O Ordinário pode ser cantado, mas nele não existem, propriamente, momentos para que se executem cantos (exceto para a Ação de Graças). Já o Próprio tem três momentos em que se podem ter cantos: a Entrada, o Ofertório e a Comunhão; nos demais, canta-se o Próprio e não durante o Próprio. Enfim, ao terminar a Missa, pode-se ter um canto também.
É bom expor as demais regras em um esquema prático, segundo o tipo de Missa e as suas partes.
No ORDINÁRIO da MISSA REZADA, pode-se ter canto gregoriano, polifonia sacra, canto popular, e melodias vernáculas eventualmente dispostas no Missal e inspiradas no gregoriano, no Pai Nosso e nas cerimônias que compõem o Kyriale, quais sejam o Kyrie, o Gloria, o Sanctus e o Agnus Dei, além do Credo. Para as demais partes do Ordinário, usam-se as melodias tradicionalmente dispostas no Missal para utilização na Missa em vernáculo, todas com estrutura gregoriana, ou o próprio gregoriano do Missal em latim. Na Ação de Graças, se for usado um canto, pode ser tanto gregoriano, como polifonia e popular. O mesmo para um eventual hino após a Missa.
Ainda na MISSA REZADA, em seu PRÓPRIO, usam-se as melodias tradicionais do Missal, com estrutura musical gregoriana vertidas para o vernáculo, ou, então, o legítimo gregoriano do Missal latino, nas coletas (Coleta propriamente dita, Oração sobre as Oferendas, Oração após a Comunhão) e no Prefácio – mesmo melodia do gregoriano, em latim, só que na língua vulgar. Já as antífonas (Intróito, Ofertório e Comunhão) podem ser tanto as gregorianas (especialmente as previstas pelo Gradual para aquele dia, mas, por razões pastorais, podendo ser outras), como as polifônicas (com a letra do Missal, do Gradual ou ainda uma outra, distinta), e também cantos populares (igualmente, seja com a letra do Missal ou do Gradual, ou uma outra letra, porém adequada ao momento e aprovada pela conferência episcopal[4]). Enfim, as Leituras, incluindo o Evangelho, podem ser cantadas em latim, com canto gregoriano, ou em vernáculo segundo a mesma melodia; e o Salmo Responsorial e a Aclamação, além dessas duas opções, também podem ser feitos com polifonia ou canto popular – se for usado o gregoriano, a letra para esses dois é a do Gradual, ordinariamente, podendo ser outra por razões pastorais.
Por sua vez, o ORDINÁRIO da MISSA CANTADA deve, no Pai Nosso e no Kyriale, ser todo em gregoriano ou em polifonia, ou ainda em uma melodia eventualmente proposta pelo Missal em vernáculo como tradução do original latino em gregoriano, mas não o canto popular. As demais partes seguem essa mesma melodia do Missal, inspirada no gregoriano e vertidas para o idioma vulgar, ou então o próprio gregoriano original (mesma melodia, só que em latim). A Ação de Graças e o hino após a Missa podem consistir em um canto gregoriano, em uma peça polifônica ou em um canto popular adequado ao momento.
O PRÓPRIO da MISSA CANTADA pede, para as coletas e o Prefácio, o gregoriano (em latim) ou a melodia nele inspirada e disposta no Missal (em vernáculo). As antífonas podem ser cantadas em gregoriano, em polifonia sacra, ou acompanhados os momentos em que elas se inserem por cantos populares, preferencialmente com a letra do Missal ou do Gradual, e, se com outra letra (outro canto, portanto), aprovados pela conferência episcopal[5]. As Leituras – com o Evangelho – podem ser ditas, mesmo na Missa cantada, e também feitas em vernáculo, ainda na celebração em latim. Todavia, se forem cantadas, usa-se, em latim, a melodia tradicional gregoriana, ou, em vernáculo, a música nele inspirada e que consta do Missal. Já o Salmo Responsorial e a Aclamação ao Evangelho são sempre cantados, com o gregoriano do Gradual (quer as músicas dispostas para o dia, quer, por razões pastorais, alguma outra), com a melodia inspirada no gregoriano em vernáculo (e letra baseada no Gradual ou no Missal), ou com alguma peça polifônica com a letra também do Gradual ou do Missal.
As músicas somente instrumentais são permitidas, quer na Missa rezada quer na cantada, somente na Procissão de Entrada (até o sacerdote chegar ao altar, pois depois se seguem as regras acima expostas), no Ofertório, na Comunhão e no fim da Missa. Principalmente na Missa cantada, convém que sejam tais peças seja executadas pelo órgão.
Diz a IGMR:
“Ainda que não seja necessário cantar sempre todos os textos de per si destinados ao canto, por exemplo nas Missas dos dias de semana, deve-se zelar para que não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações dos domingos e festas de preceito.”[6]
Destarte, é preciso cuidar para que se promova, de tal forma, o autêntico canto litúrgico, que, em todas as igrejas e oratórios, nos Domingos e dias de guarda, haja, no mínimo, a Missa rezada acompanhada de cantos. De preferência, que se façam pelo menos algumas delas não só com cantos, mas verdadeiramente com trechos cantos quer do Ordinário, quer do Próprio. Enfim, é bastante salutar que, pelo menos nas catedrais e grandes igrejas – notadamente as paroquiais –, tenha-se a Missa cantada, além da rezada. Um bom cronograma de celebrações litúrgicas em uma paróquia média contemplaria Missas rezadas durante a semana (com ou sem cantos, com ou sem trechos cantados), e, nos Domingos e dias de guarda, uma Missa cantada, e outras Missas rezadas acompanhadas de cantos (e, melhor ainda, com trechos cantados). Algumas delas, preferencialmente as Missas cantadas, poderiam ser em latim, ou se poderia utilizá-lo para as partes eventualmente cantadas do Ordinário (o conjunto do Kyriale, por exemplo) e do Próprio (o Prefácio, as Antífonas, ou, então, as orações).



[1] Sagrada Congregação dos Ritos e Conselho para a Aplicação da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, InstruçãoMusicam Sacram, 4
[2] Embora possa ser cantado, mas, por não ter pauta própria, no chamado “reto tom”, como indicava o Liber Usualis para o Ofício Divino anterior à reforma de Paulo VI. Também é possível utilizar a partitura daquele Confiteorcantado na Missa Pontifical, após a homilia do Bispo, quando ele confere sua indulgência.
[3] CNBB. Documento 43 – Animação da Vida Litúrgica no Brasil, 210
[4] Essa aprovação, no Brasil, é indireta e tácita, pela edição quer do Hinário Litúrgico da CNBB, quanto de outros livros de cantos nas diferentes Dioceses. Entretanto, a Santa Sé tem pedido que a as conferências aprovem de modo expresso os cantos que tomam o lugar das antífonas, aprovação essa que precisará, posteriormente, da confirmação romana.
[5] cf. nota anterior.
[6] IGMR, 40

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Como Rezar a Liturgia das Horas?



Laudes

A hora das Laudes é a primeira oração do dia. É feita de manhã e significa "louvor", de modo que nessa hora é privilegiado o louvor a Deus pelo início de mais um dia e o recomeço do trabalho; sendo assim, o rito das Laudes é solene e reúne:
  • Inviatório:
Presidente: Abri os meus lábios, ó Senhor!
Resposta: E minha boca anunciará Vosso louvor!
  • Hino:
Para cada dia e cada momento do mesmo há um hino diferente.
  • 1ª Salmodia:
Nas Laudes, a Salmodia é composta por dois salmos de louvor, intercalados pelo Cântico.
  • Cântico:
Sempre do Antigo Testamento.
  • 2ª Salmodia:
Segundo e último salmo de louvor nas Laudes.
  • Leitura breve (e, se oportuno, faz-se a Homilia):
Breve momento em se ouve e, em seguida, medita-se a Palavra de Deus.
  • Resposta breve à Palavra de Deus:
Aqui, usa-se uma antífona para a resposta.
  • Cântico Evangélico:
Nas Laudes, o Cântico Evangélico será sempre o Benedictus, que é o Cântico de Zacarias narrado no Evangelho segundo São Lucas capítulo 1, versículos de 68 a 79.
  • Preces para consagrar o Dia e o Trabalho a Deus:
Para cada prece, assim como na Missa, há uma resposta da assembleia.
  • Oração do Senhor (Pai Nosso)
  • Oração conclusiva:
Para cada dia há uma oração própria.


Hora Média (ou Meridiana)

A Hora Média pode ser celebrada às 9h00 (chamada de "Terça"), às 12h00 ("Sexta") e/ou às 15h00 ("Noa" ou "Nona"). Nessa hora, agradece-se pela manhã que está sendo vivida e pelos trabalhos que nela estão sendo realizados (9h00); agradece-se pela manhã que passou e pelo almoço, além de agradecer pela tarde que vai começar (12h00); agradece-se pela tarde que está sendo vivida e pelo trabalhos que nela estão sendo realizados (15h00). É composta essa hora dos seguintes elementos:
  • Inviatório:
P.: Vinde, ó Deus, em meu auxílio!
R.: Socorrei-me sem demora!
  • Hino:
Para cada dia e cada momento do mesmo há um hino diferente.
  • Salmodia:
Na Hora Média canta-se três salmos, podendo ser de louvor ou de súplica.
  • Leitura breve:
Momento breve em que ouve-se e medita-se a palavra de Deus. Se for oportuno, pode-se guardar um momento de silêncio e, em seguida, faz-se o Responso.
  • Resposta breve à Palavra de Deus:
Ocorre das mesma maneira que nas Laudes.
  • Oração conclusiva:
Geralmente, toma-se a mesma oração que foi feita nas Laudes.


Vésperas

As Vésperas são as orações do fim da tarde, podendo ser celebrada já no poente como no começo imediato da noite. Da mesma maneira como nas Laudes, as Vésperas agradecem ao Senhor, por sua vez e momento, o fim do dia e dos trabalhos. Ora, se de manhã, nas Laudes, agradecemos o começo do dia, agora, nas Vésperas, agradeceremos o fim do dia. Compõem as Vésperas os seguintes elementos:
  • Inviatório:
P.: Vinde, ó Deus, em meu auxílio!
R.: Socorrei-me sem demora!
  • Hino:
Para cada dia e cada momento do mesmo há um hino diferente.
  • Salmodia:
Nas Vésperas, temos dois salmos e , em seguida, o Cântico.
  • Cântico:
Sempre do Novo Testamento.
  • Leitura Breve (e, se oportuno, faz-se a Homilia):
Breve momento em se ouve e, em seguida, medita-se a Palavra de Deus.
  • Resposta breve à Palavra de Deus:
Aqui, usa-se uma antífona para a resposta, ou seja, ocorre das mesma maneira que nas Laudes.
  • Cântico Evangélico:
Nas Vésperas, o Cântico Evangélico será sempre o Magníficat (o Cântido de Maria), no Evangelho segundo São Lucas capítulo 1, versículos de 46 a 55.
  • Preces ou Intercessões:
Agradecem a Deus pelo dia terminado e pedem por todo o Povo de Deus, pela Igreja e, na última prece, pelos falecidos.
  • Oração do Senhor (Pai Nosso)
  • Oração conclusiva:
Uma oração para cada dia litúrgico, sempre diferente da oração que foi feita nas Laudes.


Completas

A hora das Completas é rezada à noite, à preparação para dormir. É tomada como a última oração do dia e é composta dos seguintes elementos:
  • Inviatório:
P.: Vinde, ó Deus, em meu auxílio!
R.: Socorrei-me sem demora!
  • Ato de Contrição:
Pede-se perdão a Deus pelos pecados cometidos através do Ato de contrição.
  • Hino:
É usado um hino próprio do ordinário, ou seja, um mesmo hino para essa oração; porém, tem-se duas opções para serem cantadas fora do Tempo Pascal e uma única opção para ser usada dentro do Tempo Pascal.
  • Salmodia
  • Leitura breve
  • Resposta breve à Palavra Deus:
Ocorre das mesma maneira que nas Laudes.
  • Cântico Evangélico:
Nas Completas, usa-se o Cântico de Simeão Nunc Dimítis, narrado no Evangelho segundo São Lucas capítulo 2, versículos de 29 a 32.
  • Oração conclusiva:
Usa-se todos os dias a mesma oração:
O Senhor todo-poderoso nos conceda uma noite tranquila e, no fim da vida, uma morte santa. Amém.
  • Antífonas finais de Nossa Senhora:
Por fim, canta-se ou reza-se uma das antífonas propostas no ordinário, entre elas a Salve Rainha e, no Tempo Pascal, a Regina Coeli.

O Que é a Liturgia das Horas?


Liturgia das Horas

A Liturgia das Horas (também chamada Ofício Divino) é a oração pública e comunitária oficial da Igreja Católica.
A palavra ofício vem do latim "opus" que significa "obra". É o momento de parar em meio a toda a agitação da vida e recordar que a Obra é de Deus.
Consiste basicamente na oração quotidiana em diversos momentos do dia, através de Salmos e cânticos, da leitura de passagens bíblicas e da elevação de preces a Deus. Com essa oração, a Igreja procura cumprir o mandato que recebeu de Cristo, de orar incessantemente, louvando a Deus e pedindo-Lhe por si e por todos os homens.

Nomes desta oração

  • Liturgia das Horas: nome escolhido durante a reforma litúrgica pós-Concílio Vaticano II, e actualmente em uso. Exprime ao mesmo tempo a característica de ser uma acção litúrgica da Igreja, e que portanto torna presentes os mistérios da salvação, e o seu objectivo peculiar de santificar as diversas horas do dia.
  • Ofício divino: nome utilizado durante séculos, até ao Concílio Vaticano II, que exprimia o carácter de obrigatoriedade (ofício) desta oração para os clérigos. Ao mesmo tempo, remetia para o dever de rezar, dado por Deus aos seus fiéis.
  • Breviário: nome dado ao livro onde se encontram os textos desta oração e que acabou por designar a própria oração. O nome “Breviário” provém do século XI, quando apareceu um livro que continha todos os textos necessários para o Ofício divino, que condensava num só volume o que até então se encontrava repartido por vários livros. Por ser mais “breve” e prático, passou ser conhecido por esse nome, que se manteve até à última reforma litúrgica para designar cada um dos volumes (Breviarium Romanum).

Celebração comunitária

A Liturgia das Horas é destinada a tornar-se a oração comunitária de toda a Igreja Católica. Nela, o próprio Cristo “continua a exercer sua função sacerdotal por meio de sua Igreja”; cada um participa dela segundo seu lugar próprio na Igreja e segundo as circunstâncias de sua vida: os presbíteros, enquanto dedicados ao ministério da palavra; os religiosos e as religiosas, pelo carisma de sua vida consagrada; os leigos, segundo suas possibilidades. “Os pastores de almas cuidarão que as horas principais, especialmente as vésperas, nos domingos e dias festivos mais solenes, sejam celebradas comunitariamente na Igreja. Recomenda-se que os próprios leigos recitem o Ofício divino, ou juntamente com os presbíteros, ou reunidos entre si, e até cada um individualmente”.
A "Instrução Geral da Liturgia das Horas" recomenda que “a Liturgia das Horas, tal como as demais acções litúrgicas, não é acção privada, mas pertence a todo o corpo da Igreja, manifesta-o e afecta-o.” (n. 20). Por esse motivo, a Igreja recomenda que seja celebrada comunitariamente, pois assim se exprime melhor a sua essência intrínseca. Sempre que seja possível, a celebração em grupo, comunitariamente, é preferível à celebração individual. No entanto, a celebração individual continua a estar inserida na oração de toda a Igreja, pelo que toda a celebração da Liturgia das Horas é sempre a seu modo comunitária.

Quem celebra a Liturgia das Horas?

A Liturgia das Horas não é ação privada, mas para todo corpo da Igreja. Sendo assim, há, de fato, um ministro delegado para isso. Para a celebração comunitária, ter-se-á um diácono ou o próprio Padre. Nos mosteiros, pode celebrá-la o superior; sendo assim, até um bispo. Para a celebração individual ou comunitária quando somente leigos participam, o próprio fiel pode celebrá-la. A diferença reside no facto de se tratar de uma obrigação para os ministros ordenados (diáconos, presbíteros, bispos, arcebispos, cardeais e até do Papa ) celebrar o Ofício Divino em todas as suas horas (Laudes, Hora Média, Vésperas e Completas), enquanto não é obrigação dos leigos celebrar o Ofício Divino em todos o seus momentos.

As diversas horas litúrgicas

Laudes

Vésperas

Completas


O Que é Liturgia?

Liturgia

Liturgia é o culto público da Igreja Católica. O termo liturgia provém do grego "leiton-ergon" serviço em favor do povo.

O termo “Liturgia”, hoje utilizado quase que exclusivamente para descrever o ato de culto, não nasceu em um ambiente religioso e nem mesmo mo mundo do Antigo Testamento. Ele surgiu na Grécia antiga, bem antes de Cristo. É uma palavra composta por duas raízes: leit(povo) e érgon(ação, empresa, obra). A palavra assim composta significa naquele ambiente em que nasceu: “ação, obra, empresa para o povo ou pública”. Por “liturgia” se entendia na Grécia, lá pelo século VI a.C, um serviço público feito para o povo por alguém de posses. Este realizava tal serviço ou de forma livre ou porque se sentia como que obrigado a fazê-lo, por ocupar elevada posição social e econômica. Assim, eram “liturgias” as promoções de festas populares, a promoção de jogos olímpicos ou o custeio de um destacamento militar ou de um navio de guerra em momentos de conflitos. Mais tarde, na época helenística, que compreende os séc. III a I a.C., a palavra vai mudar de sentido. Ora, como sabemos, as palavras numa língua viva costumam mudar de significado com o passar do tempo, e isso podemos comprovar facilmente na nossa língua portuguesa, como por exemplo, com a palavra “manga” que dá nome a uma fruta e ao mesmo tempo dá nome a uma parte da camisa que costumamos vestir. Assim, neste período, a palavra “liturgia” vai designar um trabalho obrigatório realizado por um determinado grupo como castigo por alguma desobediência contra o poder constituído, ou um trabalho em reconhecimento de honras recebidas. Também por “liturgia” começa-se a entender o serviço do servo para com o seu senhor ou um favorzinho de um amigo para com o outro. Deste modo, o termo perde o seu caráter de serviço público, ou seja, para a coletividade, que era o seu componente essencial. Todavia, nesta mesma época helenística, começamos a ver o termo “liturgia” sendo utilizado cada vez mais no sentido religioso-cultual, para indicar o serviço que algumas pessoas previamente escolhidas prestavam aos deuses. E é precisamente neste sentido técnico de serviço que se presta a Deus que a palavra vai entrar no Antigo Testamento e, tempos mais tardes, será acolhido no mundo cristão. De fato, no Antigo Testamento “liturgia” aparece 170 vezes, designando sempre o culto prestado a Deus, não por qualquer pessoa, mas apenas pelos sacerdotes e pelos levitas do Templo de Jerusalém. Quando se refere ao culto prestado pelo povo a Deus, o Antigo Testamento utiliza o termo latria(adoração). ou seja, “liturgia” para o culto prestado pelos sacerdotes do povo; e “adoração” para o culto prestado pelo povo. Este fato indica que os tradutores do Antigo Testamento da língua hebraica para a língua grega(que era a língua mais difundida no mundo naquele tempo) fizeram a escolha consciente do termo “liturgia”, dando-lhe um sentido técnico preciso para indicar somente o culto oficial destinado a Deus e realizado por uma categoria toda particular de pessoas reservadas para isso: os sacerdotes hebraicos. No Novo Testamento o termo “liturgia” aparece apenas 15 vezes, mas uma só vez em sentido de culto ritual dos cristãos(At 13,2). A razão deste desprezo pelo termo parece ser pelo fato de que “liturgia” recorda de maneira muito clara e direta os sacrifícios realizados no Templo e que foram muitas vezes criticados pelos profetas de Israel, por não serem verdadeiras expressões de amor e agradecimentos a Deus pelos benefícios recebidos, ou sinal de conversão dos pecados. Os sacrifícios onde o coração do homem não aparece, Deus não pode aceitar(Is 1,10-20; Jr 7,3-11; Os 6,6; Am 5,21-25). No cristianismo primitivo o termo “liturgia” também resiste em aparecer. Os primeiros cristãos adotando o “espiritualismo cultual”, isto é, aquele tipo de culto realizado em “espírito e verdade, não mais ligado às instituições do sacerdócio ou do Templo, seja o de Jerusalém ou de Garizim(Jo 4,19-26) não sentem a necessidade de utilizar uma palavra que havia servido para identificar explicitamente um culto oficial, feito segundo regras e práticas precisas, tal qual era o sacrifício hebraico, vazio de espírito e rico em exterioridade. Mas já na Igreja pós-apostólica, a palavra “liturgia” vai perdendo parte de seu aspecto negativo e começa a distinguir os ritos do culto cristão. Entre nós, que utilizamos a língua e ritos latino, o termo “liturgia” será completamente ignorado e só aparecerá no séc. XVI. Somente por ocasião do Movimento Litúrgico da primeira parte do séc. XX, o termo será usado com grande força, sendo que o Concílio Vaticano II o consagrará nos seus diversos documento, em especial na Constituição sobre a Sagrada Liturgia “Sacrosanctum Concilium”, entendendo sempre “liturgia” como “o exercício do sacerdócio de Jesus Cristo”(SC 7) ou o “cume em direção ao qual se dirige toda a ação da igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de qual sai toda a sua força”(SC 10). Deste modo, a liturgia, como exercício da função sacerdotal de Cristo, comporta um duplo movimento: de Deus para nós homens, para operar nossa santificação, e de nós homens para Deus, para que possamos adorá-lo em espírito e verdade. Por isso, a liturgia, de um modo geral, pode ser entendida como um diálogo entre Deus-Trindade e o Homen-Comunidade. Este diálogo é composto de vários momentos. Cada momento tem seu “espírito” próprio, seu sentimento peculiar e, portanto, uma expressão diferenciada. Adaptando-se a essa espiritualidade, cada momento exige um tipo de expressão musical, um tipo de gesto, uma maneira diferente de responder às orações e, ao mesmo tempo, diversos sinais e símbolos diferentes.

Definição

Liturgia não é somente a “Festa do Rei Jesus. Um dos nossos maiores pecados hoje em dia é reduzirmos o assunto liturgia à celebração da missa e defini-la apenas como um conjunto de rituais e orações que nos levam ao céu. E tudo isso fruto de uma crescente automação religiosa, que podemos perceber a cada domingo em nossas assembléias litúrgicas. As pessoas vão à missa sem saber o porque de estarem ali e nem o que está acontecendo perante elas. São meros espectadores do preceito dominical ensinado por seus pais. Talvez seja por isso que nós católicos sejamos tão criticados. A liturgia é muito mais do que isso. Vejamos a definição de liturgia dada pelo Concílio Vaticano II:
“Liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com ritos, na Igreja e pela Igreja, se exerce e prolonga a obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a santificação dos homens e a glorificação de Deus” (SC 7).
Em outras palavras, a liturgia é a continuidade do plano de salvação do Pai, através da presença mística de Cristo nos sacramentos, que são administrados e perpetuados pela Igreja. Note-se, à Igreja cabe a missão de continuar a obra de Cristo, que se dá, sobretudo, através da liturgia. Sem liturgia, não há Igreja e sem Igreja não há liturgia. E sem liturgia não há continuidade no mistério da salvação da humanidade.
Teologia da Missa
No meio do caminho havia uma pedra. Aparentemente uma simples pedra. Os que passavam tropeçavam nela. E ela ia rolando para frente e para trás. Um dia alguém parou, pegou aquela pedra e a limpou da poeira. Então viu que era uma pedra preciosa. A Missa é semelhante a essa pedra. Não que ela esteja suja, mas os nossos olhos estão cobertos da sujeira da ignorância ou do preconceito, o que nos impede de ver a missa como ela é realmente, na pureza de sua origem divina e na beleza de seu mistério. Se fizermos uma pesquisa com o título: Por que fui à missa? A maioria das respostas seria estas: “Fui porque era Natal, porque era dia de falecimento de amigo, porque era aniversário de alguém, porque tinha gente bonita...” Infelizmente é uma realidade; somente 20% das pessoas que vão a Missa são “Católicos Verdadeiros”. E você, Por quê vai a Missa? Você vai de vez em quando ou todos os domingos? Vai por obrigação e interesse, para adorar a Jesus que TUDO fez por você? A Missa é muito mais que uma oração. Precisamos conhecê-la melhor para um dia podermos vivê-la. A Missa é o sacrifício de Jesus no calvário; também na Missa sabemos o que Ele quer de nós, é na missa que aprendemos a perdoar e aprendemos a agradecer. Não adianta ir a Missa para assistir, devemos ir para participar, pois quem assiste é apenas um espectador, mas quem participa vive, entende e se emociona com tudo aquilo que está acontecendo. A santa Missa é o sacrifício do corpo e do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecido em nossos altares, em memória do sacrifício da Cruz. O Santo sacrifício da Missa é oferecido:
1.Para adorar e glorificar a Deus; 2.Para agradecer a Deus os benefícios recebidos; 3.Para obter de Deus o perdão dos pecados; 4.Para pedir a Deus graças e favores;
Para tanto há testemunhos de verdadeiros católicos que deram muito valor a Santa Missa:
“Na hora da morte, as Missas, às quais tiveres assistido, serão a tua maior consolação. Um dos fins da Santa Missa é alcançar para ti o perdão dos teus pecados. Em cada Santa Missa, pois podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados – pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor. Será ratificada no céu a benção, que do sacerdote receberes na Santa Missa. Assistindo a Santa Missa com devoção, prestas a maior das honras à Santa Humanidade de Jesus Cristo”. ( Santo Agostinho )
“Cada Missa à que assistires, alcançar-te-á no céu maior grau de glória. Será abençoado em teus negócios pessoais e obterás as graças que te são necessárias”. (São Jerônimo )
“Todas as Missas tem um valor infinito, pois são celebradas pelo próprio Jesus Cristo com uma devoção e amor acima do entendimento dos anjos e dos homens, constituindo o meio mais eficaz, que nos deixou Nosso Senhor Jesus Cristo, para a Salvação da humanidade”. ( São Matildes )
Na liturgia, a Igreja de Cristo, Una, Santa, Católica e Apostólica, se une ao coro dos anjos e santos, para celebrar a vitória de Deus sobre o pecado, e render-Lhe glória e ação de graças para sempre. Através da adoração que sai do coração do crente, "em espírito e em verdade." (Jo 4,24), sabemos ser parte do Corpo do Senhor Jesus, salvos pelo Seu sangue e em eterno louvor ao Deus que é Uno e Trino. E essa adoração é espiritual e verdadeira porque é a única que agrada ao Pai, a Cruz, novamente sendo realizada diante dos olhos de todos, sobre o altar de uma igreja. Não é um símbolo de uma adoração, mas uma adoração em verdade! Não um arremedo de adoração piedosa, mas uma adoração em espírito! O Espírito Santo, autor da liturgia, prepara o Povo de Deus, de reis, sacerdotes e profetas, para, diuturnamente, celebrar a perene adoração de Cristo, morto, ressuscitado e glorificado no céu. Por nossa participação nela, antegozamos a liturgia celeste, modelo para nosso culto na terra. Deus, do alto dos céus, contempla a Igreja Militante, Triunfante e Padecente que, poderosamente avança em Sua direção, para prestar-Lhe um culto excelente: "quem é essa que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como um exército em ordem de batalha?" (Ct 6,10) Todos os povos, na História, quaisquer sejam suas crenças, manifestaram sua gratidão e temor diante do transcendente. Movidos pelo sentimento de perda do divino, que lhe é intrínseco desde a queda original, o homem tem buscado agradar a divindade e dar-lhe culto, mesmo que imperfeito. Desde a revelação a Abraão, porém, Deus se torna amigo do homem e dá regras claras de como celebrar Sua majestade. Pela aliança com nosso pai na fé, o Senhor pede, como prova de que ele o ama, a entrega de seu próprio filho, como vítima sacrifical. É pela confiança no Deus que não falha, que Abraão toma Isaac, o filho prometido, e o encaminha para o grande altar onde o oferecerá em sacrifício. Todos conhecemos o final da história. O anjo intervém, dizendo-lhe que sua fé foi testada e aprovada. E a entrega de seu filho se torna um tipo da expiação que nos dará a Nova Aliança: um Pai que não hesita em oferecer o Filho Unigênito, Jesus Cristo, que dá seu precioso Sangue para remissão dos pecados (cf. Ef 1,7). Pela sua morte, o Cordeiro, como é chamado em alusão às ofertas realizadas no rito mosaico, nos abre as portas do Paraíso. Rasgando, em duas partes, o véu do Templo (cf. Mc 15,38), o sacrifício de Cristo nos garante a vitória e realiza todos os símbolos do sacerdócio levítico. É Ele, agora, o novo Sumo Sacerdote, Aquele que entra no Santo dos Santos, e, tornando a Cruz um novo e perfeito altar, se oferece, de uma vez por todas (cf. Hb 10,12) por nossos pecados. Morrendo nossa morte, para que vivamos Sua vida, "temos ampla confiança para entrar no santuário eterno, em virtude do sangue de Jesus, pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, o caminho de seu próprio corpo." (Hb 10,19-20) A liturgia, que se realiza, de modo mais especial na celebração da Santa Missa - a Liturgia Eucarística -, mais do que um simples culto, é a memória desse sacrifício de Cristo, que nos merece a salvação a todos os que se achegam a Seu trono. Pois, se "é gratuitamente que fostes salvos, mediante a fé" (Ef 2,8), temos a certeza de que, uma vez arrependidos de nossos pecados, e vivendo por Ele e como Ele viveu, crendo-O nosso único e suficiente Salvador, temos a vida eterna em nós. Se essa salvação se deu através do oferecimento de Jesus no Calvário, é a Cruz a causa da nossa alegria. "A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina." (I Co 18). A Cruz é a porta estreita (cf. Lc 13,24), por cuja entrada somos salvos. Ora, essa memória da Cruz, perpetuada pela liturgia, não é apenas uma lembrança do sacrifício. Se é verdade que o sacrifício foi único, também é verdade que esse sacrifício é lembrado, sendo tornado presente. Esse é o sentido do termo grego anamnesis, traduzido em nossas Bíblias por "memória". É mais do que memória! É um verdadeiro "recordar tornando presente". Nos cultos protestantes, há uma memória através da Santa Ceia. Nós, católicos, ao invés, não fazemos apenas menção. Não é uma festa nostálgica, mas uma festa onde Cristo, nosso Sumo Sacerdote, está presente de forma real. Jesus que já está no céu, se faz presente aqui na terra. vemos aí dois grandes temas: a associação entre as liturgias terrena e celeste; e o sacrifício vicário de Jesus Cristo para nos dar a vida eterna. Naquela associação entre os coros dos santos da terra e do céu, tornamos presente essa única e verdadeira entrega de Nosso Senhor na Cruz do Calvário. Essa associação, outrossim, demonstra como viveremos, na glória, quando da Volta de Jesus ao mundo, para julgar os vivos e os mortos. É o caráter escatológico da Liturgia Eucarística. Essa união, diz o Catecismo da Igreja Católica, a partir do cânon 1099, é feita pelo Espírito Santo. "O Espírito Santo, que desperta assim a memória da Igreja, suscita então a ação de graças e o louvor (doxologia)" (Cat. 1103) Não só os textos litúrgicos refletem sua essência. Também o Magistério da Santa Igreja se pronuncia e interpreta: "Na Liturgia terrena, antegozando, participamos da Liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, peregrinos, nos encaminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial entoamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos Santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até que Ele, nossa vida, Se manifeste, e nós apareçamos com Ela na glória." (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição "Sacrosanctum Concilium", 8) Ocorre que a Missa não é apenas a associação terrena com as potestades celestiais, tampouco somente a renovação do Calvário. Ela é a conversão do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, a mudança da substância dos elementos oferecidos. "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida." (Jo 6,54-55) Nosso Senhor mesmo estabeleceu o sacrifício da Missa, como memória e presença real de Seu sacrifício na Cruz: "Na Última Ceia, na noite em que foi entregue, nosso Salvador instituiu o Sacrifício Eucarístico de Seu Corpo e Sangue. Por ele, perpetua pelos séculos, até que volte, o Sacrifício da Cruz, confiando destarte à Igreja, Sua dileta Esposa, o memorial de Sua Morte e Ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal, em que Cristo nos é comunicado em alimento, o espírito é repleto de graça e nos é dado o penhor da futura glória." (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição "Sacrosanctum Concilium", 47) Os Padres da Igreja(os grandes escritores católicos dos primeiro séculos)já ensinaram: "Perguntas como o pão se converte no Corpo de Cristo e o vinho... em Sangue de Cristo. Respondo-te: o Espírito Santo irrompe e realiza aquilo que ultrapassa toda palavra e todo pensamento... Acontenta-te com saber que isso acontece por obra do Espírito Santo, do mesmo modo que, da Santíssima Virgem e pelo mesmo Espírito Santo, o Senhor por si mesmo e em si mesmo assumiu a nossa carne." (São João Damasceno, f.o. 4, 13) Ajuda na resposta, o Doutor Angélico, São Tomás de Aquino: "No Sacramento da Eucaristia, em virtude das palavras da instituição, as espécies simbólicas se mudam em corpo e sangue; seus acidentes subsistem no sujeito; e nele, pela consagração, sem violação das leis da natureza, o Cristo único e inteiro existe Ele próprio em diversos lugares, assim como uma voz é ouvida e existe em vários lugares, continuando inalterado e permanecendo inviolável quando dividido, sem sofrer diminuição alguma. Cristo, de fato, está inteira perfeitamente em cada e em todo fragmento de hóstia, assim como as aparências visíveis que se multiplicam em centenas de espelhos." (Summa Theologiae, IIIa Pars, Qs. 79) Por causa de tão solenes e distintivas marcas, a Liturgia da Igreja Católica, especialmente a Santa Missa (que nos recorda o sacrifício, une anjos, santos e seres humanos, e converte pão e vinho em Corpo e Sangue de Cristo), merece destacado estudo para conhecermos como ela está sendo celebrada em nossas igrejas, comunidades e em nossas vidas.

Frutos da Liturgia corretamente celebrada

Uma vez que "a Liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte donde emana toda a sua força" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição "Sacrosanctum Concilium", 10), é urgente que percebamos seus frutos de uma maneira adequada. Se a liturgia une céu e terra, e, na celebração da Santa Missa, é meio único e eficiente para converter as ofertas na presença real de Jesus Cristo, recordando o Seu sacrifício, temos daí que grandes frutos espirituais nos são dados. Podemos elencá-los, a partir dos pedidos feitos na Oração Eucarística, segundo o rito romano:
•Deus nos torna dignos de estar em Sua presença e O servir; •Somos reunidos pelo Espírito Santo num só Corpo, a Una e Santa Igreja Católica e Apostólica, que cresce na caridade, com o papa, com os bispos e com todos os ministros do Povo de Deus; •O Senhor se lembra dos fiéis defuntos pelos quais celebramos Missa; •Ele tem piedade de todos nós e nos dá participar da vida eterna, com a Virgem Maria, Mãe de Deus, com os santos apóstolos e todos os que neste mundo O serviram. A Eucaristia nos prepara à santidade, e, mais do que mera recompensa aos santos, como queriam os hereges jansenistas, é um verdadeiro remédio contra nossos pecados. Ao mesmo tempo em que devemos estar purificados de todos os pecados mortais ao nos aproximarmos do Corpo do Senhor, sabemos que, ao comungarmos d´Ele, recebemos o perdão das faltas veniais e como que uma vacina contra posteriores quedas. O sacramento desperta em nós o gosto, por vezes sensível, das consolações divinas, e nos faz almejar sempre a santidade. Assim se expressa Salomão em seus cânticos, numa imagem, já preferida pelos Padres, de Cristo dirigindo palavras à Sua Esposa, a Santa Igreja Católica: "Como és bela e graciosa, ó meu amor, ó minhas delícias! Teu porte assemelha-se ao da palmeira, de que teus dois seios são os cachos. Vou subir à palmeira, disse eu comigo mesmo, e colherei os seus frutos. Sejam-me os teus seios como os cachos da vinha. E o perfume de tua boca como o odor das maçãs; teus beijos são como um vinho delicioso que corre para o bem-amado, umedecendo-lhe os lábios na hora do sono." (Ct 7,7-10) O Senhor Jesus se alegra e mostra todo o Seu amor pela Amada, a Igreja, que, reunida no céu e na terra, celebra Sua adoração, renovando o sacrifício que nos reconcilia consigo e com Seu Pai celeste, no poder do Espírito Santo. Respondendo Seu apelo, a assembléia dos santos do céu, em sua contínua adoração, e a assembléia dos santos da terra, reunidos na Santa Missa, deve celebrar de forma a refletir o espírito da liturgia: sacrifício verdadeiro, comunhão dos santos, união mística entre Nosso Senhor Jesus Cristo e a Una e Santa Igreja Católica e Apostólica, resposta de amor e fidelidade a Deus e Sua autoridade na terra constituída. Para isso, o autor do Cântico dos Cânticos descreve a resposta de sua amada, a Sulamita, tipo da Igreja: "Eu sou para o meu amado o objeto de seus desejos. Vem, meu bem-amado, saiamos ao campo, passemos a noite nos pomares; pela manhã iremos às vinhas, para ver se a vinha lançou rebentos, se as suas flores se abrem, se as romãzeiras estão em flor. Ali te darei as minhas carícias. As mandrágoras exalam o seu perfume; temos à nossa porta frutos excelentes, novos e velhos que guardei para ti, meu bem-amado." (Ct 7,11-14) A Missa é o lugar das delícias, onde a Igreja e Cristo deleitam-se, manifestando o amor um para com o outro, de forma plena e pura. Eis a razão da imagem matrimonial. Nela, a Una e Santa Igreja Católica e Apostólica, une-se, pela comunhão dos santos, totalmente. E unida, por sua vez, une-se ao Seu Esposo, Nosso Senhor Jesus Cristo, para O adorar, oferecê-Lo como sacrifício único tornado novamente presente (nesse aspecto, Cristo é vítima), fazer-se Cristo na pessoa do padre (nesse aspecto, Cristo é sacerdote) e, dizemos mais, para O amar, como no cântico. Por essa razão, se requer que o culto, dentro do qual a Eucaristia é celebrada, seja perfeita imagem da solene liturgia celeste. Cada qual deve ser imbuído de um genuíno espírito de adoração. Todos devem ter plena consciência de que o que se está celebrando não é uma simples reunião de oração e louvor, mas a adoração pessoal ao Deus vivo, mediante a mais perfeita forma de cultuá-Lo: o sacrifício de Seu Filho, que nos reconcilia com Ele. Os celebrantes da liturgia (sacerdote, diácono, assistência) não devem apenas recitar palavras, nem se portar como se estivessem numa importante reunião de oração. A Missa não é uma reunião de oração. Para isso, basta um grupo de pessoas reunidas e rezando, sem a necessidade da presença de uma pessoa ordenada. A Missa é um sacrifício. E tudo deve para ele apontar. "(...) a Liturgia cada dia edifica em templo santo ao Senhor, em tabernáculo de Deus o Espírito aqueles que estão dentro dela, até a medida da idade da plenitude de Cristo, ao mesmo tempo admiravelmente lhes robustece as forças para que preguem Cristo." (Concílio Ecumênico Vaticano II; Sacrosanctum Concilium, 2) Se as pessoas, inclusive católicas praticantes, perderam a noção sacrifical da Missa, foi pela não observância das rubricas prescritas nos livros litúrgicos. Cada gesto, cada ação, cada palavra, cada veste, cada vaso, cada oração, tudo tem seu significado e remete ao sacrifício que se vai oferecer. Tudo simboliza a união entre a Igreja da terra e a Igreja do céu, que juntas formam a única Esposa do Cordeiro. Logo, se celebramos a liturgia como ela deve ser feita, além dos dons invisíveis de graça e santidade serem aumentados (pois, nos rendemos mais à ação do Espírito pela contemplação do mysterium fidei, e, via de conseqüência, captamos melhor o fruto do sacrifício, isto é, a nossa santificação cotidiana), percebemos uma variedade enorme de sinais à Igreja. A Liturgia da Missa reflete a liturgia do céu. A Liturgia da Missa é um sacrifício verdadeiro, não uma mera dramatização espiritual do mesmo. A Liturgia da Missa é um memorial de como fomos salvos pela Paixão de Cristo. A Liturgia da Missa é a presença real do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor, dignos de toda adoração. É evidente, pois, que os fiéis tenham bem presentes essas idéias, para melhor receber as graças próprias da Missa. Mesmo não comungando, a Missa em si nos traz infinitos e gratuitos méritos do Coração de Deus. Por isso, o Missal Romano, prescreve determinados atos, orações, gestos, vasos e paramentos. Uma oração litúrgica deve ser rezada de certa maneira, não por obediência apenas - muito embora, ela seja uma grande virtude, que nos conduz à santidade. A fidelidade aos ritos litúrgicos cria o aludido ambiente de adoração, nos remete à liturgia celeste, e nos aponta para o sacrifício que ocorre no novo Gólgota, o altar da igreja - parte mais importante da arquitetura eclesial. Devemos, por humilde obediência ao Santo Padre e a nossas tradições litúrgicas próprias, seguir, à risca, cada rubrica do Missal. É fazendo cada oração contida no próprio do dia ou ditada pela liturgia, executando determinado ato ou gesto, usando certos vasos e paramentando-se conforme as normas canônicas, que se sobressai o que, essencialmente, é a Santa Missa. As normas do rito romano servem para, quando as seguimos fielmente, conforme nos ordena o Concílio Vaticano II, na sua Constituição Sacrosanctum Concilium, melhor apresentarmos ao povo de Deus que o que está ocorrendo na Missa não é uma narração da Santa Ceia, mas a própria; não uma representação do Calvário, mas o próprio, tornado presente! Temos de seguir as rubricas! Esse seguimento dá mais frutos além dos mencionados. Certo que qualquer Missa, mesmo celebrada de maneira heterodoxa - quando válida, apenas -, produz frutos na alma disposta a entrar em comunhão com Deus. Porém, a Missa correta, isto é, obediente às rubricas do Missal Romano, além de multiplicar esses frutos, digamos, ordinários, prepara o espírito até mesmo do rebelde para se colocar diante do sagrado. Pela beleza dos atos litúrgicos, muitos já renderam seus corações a Cristo, confessando, devotadamente, seus pecados. Isso porque perceberam não estarem numa simples reunião de oração ou num culto de louvor, mas diante da real entrega de Nosso Senhor Jesus Cristo na cruz. Reconhecendo que, diante de seus olhos, Jesus está se imolando, e tornando as espécies eucarísticas Seu Corpo e Seu Sangue, une o céu e a terra, os anjos e os homens, e realiza a perfeita communio sanctorum, o pecador só tem a gritar, do fundo de sua alma: Kyrie, eleison! Dominus, miserere nobis! Senhor, tende piedade de nós!
A Missa nos conduz pelo caminho da santidade. Quando corretamente oferecido, o sacrifício conduz as almas ao desejo de entrar pela porta estreita e se tornarem santos de Deus.